Por Rosiel Moreira Cavalcante – Serviços Técnicos Agroceres PIC
A adoção de cuidados rotineiros no manejo dos suínos em fase de terminação é condição básica para a obtenção de bons resultados e caminho seguro para otimização das metas de produção. Embora pareçam simples – e realmente o são – medidas como o ajuste dos equipamentos de alimentação, a observação diária dos animais, a limpeza e desinfecção prévia das baias, a classificação dos suínos, o tratamento de animais doentes, produzem resultados consistentes e aumentam a eficiência e a qualidade dos animais terminados. Confira, a seguir, recomendações técnicas de rotina para otimizar a performance econômica dos suínos na fase de terminação.
1 – Cumpra um bom programa de limpeza e desinfecção
O primeiro passo para assegurar a expressão máxima do potencial genético dos suínos na fase de terminação começa antes mesmo de seu alojamento nas baias. Mantenha, no intervalo entre lotes, um rigoroso programa de limpeza e desinfecção das instalações. Promova uma boa lavagem, desinfeção e vazio sanitário das instalações assim que o lote for carregado, não se esquecendo de incluir a rampa de carregamento/descarregamento nessa prática de limpeza. É necessária atenção redobrada na remoção de toda matéria orgânica das instalações, realizar a correta diluição do desinfetante disponível e aplicar sobre as superfícies secas. São medidas triviais, mas que asseguram que os animais a serem alojados encontrarão condições sanitárias ideais para desenvolver todo seu potencial de crescimento.
2 – Redobre a atenção com o manejo hídrico
Suínos na fase de crescimento ingerem, diariamente, de 2 a 3 litros de água para cada kg de ração consumida. Isso significa que quando a água não é fornecida de maneira adequada, o consumo de ração cai, prejudicando o desempenho dos animais. Para evitar que isso aconteça, priorize 3 pontos na gestão da água: disponibilidade, qualidade e temperatura. Mantenha uma fonte de água para cada 10 animais alojados, com vazão de, no mínimo, 1L/min. A cloração é outro recurso imprescindível, utilize uma dosagem de 2 a 3 ppm para garantir a qualidade da água. Mas fique atento, dosagem acima de 5 ppm reduz o consumo dos animais. A temperatura da água deve ser mantida entre 16 e 18°C.
3 – Classifique os animais em sua chegada
Promova uma criteriosa categorização dos animais assim que eles chegarem à unidade de produção. Identificá-los e uniformizá-los por tamanho, peso e sexo, facilita todos os manejos seguintes. A classificação dos animais também torna mais fácil a identificação de suínos doentes, debilitados ou muito leves, possibilitando o seu tratamento e recuperação durante o ciclo produtivo. Importante também reservar o número suficiente de baias hospital, para garantir um ambiente adequado ao tratamento e recuperação dos animais.
4 – Reforce o manejo do sistema de alimentação
A ração representa cerca de 75% do custo total de produção de um cevado de abate. Promover um bom manejo alimentar, portanto, é primordial para assegurar uma alimentação adequada aos suínos e evitar desperdícios. Os dois principais sistemas utilizados na fase de terminação são o de alimentação controlada e o ad libitum. No arraçoamento restrito é preciso fazer uma leitura regular dos comedouros, em média, 40 minutos após o primeiro trato. Esse manejo ajuda a ajustar a quantidade de ração fornecida, evitando desperdício ou restrição severa. Já no arraçoamento à vontade, é importante adotar uma abordagem gradual, com cerca de 45% de preenchimento dos pratos nos 3 primeiros dias e de 30%-35% no período subsequente. Esse manejo ajuda a manter a taxa de crescimento elevada, evita desperdício exacerbado e otimiza a conversão alimentar.
5 – Torne a inspeção sanitária uma prática diária
Realize a inspeção sanitária dos animais diariamente. Reserve entre 2 e 3 segundos/suíno, uma vez ao dia, para avaliar, individualmente, cada animal dentro do galpão, logo pela manhã. A adoção dessa prática permite identificar os animais enfermos com maior agilidade e, também, agir preventivamente em relação à saúde dos suínos, antevendo problemas, evitando assim complicações e perdas geradas por enfermidades. A observação diária dos suínos na fase de terminação traz resultados consideráveis, melhorando o manejo, a saúde e o consumo alimentar dos animais e, por extensão, o desempenho zootécnico e econômico do lote.
6 – Inspecione as instalações e o funcionamento dos equipamentos
Além de monitorar a saúde dos animais, é preciso garantir a qualidade da estrutura das instalações e o bom funcionamento dos equipamentos, sobretudo na etapa final da fase de terminação. Isso requer a inspeção e o monitoramento diário dos comedouros, bebedouros, do sistema de ambiência e a estrutura física das baias. Tudo precisa estar em conformidade para assegurar a expressão do máximo potencial genético e produtivo dos suínos. Dê atenção especial ao ajuste dos bebedouros. A vazão das chupetas e a temperatura da água devem estar adequadas para não reduzir o consumo de ração dos suínos na fase final de produção.
7 – Execute com critério o manejo de embarque dos suínos
O embarque dos suínos para o abate é o manejo que finaliza todo o esforço e os investimentos realizados durante o processo produtivo dos animais. Qualquer descuido nesta etapa pode colocar tudo a perder. Todos os manejos que compõem a retirada dos animais da granja devem ser realizados com muito critério, mas um, porém, merece acompanhamento especial: o jejum pré-embarque. A restrição alimentar facilita o deslocamento dos animais das baias até o caminhão – suínos com o estômago cheio tornam-se mais lentos e propensos a escorregões e quedas – reduz a mortalidade durante o manejo pré-abate e tem influência na qualidade final da carne. Na granja, submeta os suínos a um jejum de, no mínimo, seis horas antes do embarque. O tempo total de jejum até o abate deve ser de até 24 horas para otimizar o rendimento de carcaça, reduzindo as perdas no transporte.