Por Danilo Rocha, Serviços Técnicos da Agroceres PIC
Historicamente, a genética e a inovação tecnológica sempre funcionaram como importantes propulsoras da evolução zootécnica e econômica da produção de suínos. Diante de um ambiente de acelerada transformação, no entanto, o sucessivo surgimento de novas tecnologias e conceitos vem permitindo elevar, continuamente, os padrões de competitividade.
São várias as novidades. O desenho das instalações, o tipo de material, a escolha dos equipamentos, a adoção de novas metodologias, procedimentos e manejos, tudo isso, vem dando suporte ao desenvolvimento de soluções que têm ajudado a gerar, novos ganhos de produtividade e redução de custos. Confira, a seguir, novas tecnologias, em diferentes áreas da produção de suínos, que vem ajudando a maximizar os resultados e diminuir os custos nas granjas de suínos.
1 – Novo layout das instalações
Com uma evolução marcante nas últimas décadas, o desenho e a dimensão das instalações têm impacto decisivo sobre o desempenho produtivo e econômico do plantel e sobre o trabalho da equipe. Galpões maiores permitem granjas mais compactas, reduzindo, de forma relevante, o tempo de execução de manejos, como a transferência dos suínos, inspeções e o atendimento aos animais. Há ganhos também para o controle sanitário, bem-estar animal e manejo de resíduos. Instalações maiores podem, ainda, reduzir a área necessária do terreno entre 30% e 50%.
Novas ideias, como o espaço “passa-homem” entre as baias de gestação coletiva, que possibilita o acesso lateral do colaborador, dispensando a necessidade de abrir e fechar o portão, também permitem ganho no tempo de operação.
2 -Climatização e isolamento térmico das instalações
Assegurar um ambiente térmico adequado aos animais é hoje condição prioritária na suinocultura. Fornecer temperatura e umidade controladas, com menor variação, promove o conforto dos animais dentro das baias, estimula o consumo de ração, evita o gasto excessivo de energia para manter a temperatura corporal e reduz o impacto de enfermidades no rebanho, permitindo a expressão de seu potencial genético. Um dos grandes desafios, em especial em regiões e/ou estações frias, é adequar o manejo das cortinas 24 horas por dia. Ao mesmo tempo, o investimento em isolamento térmico das instalações reduz de forma significativa o consumo de energia elétrica e, por extensão, os custos totais.
3 – Gestão do Sistema de Climatização e Sistema de Alarme
Oferecer uma boa ambiência e promover o gerenciamento adequado das condições ambientais do galpão é fundamental para o melhor desempenho zootécnico do lote. Em granjas com ambiência controlada, porém, é primordialcontar com um bom programa para gestão da climatização, bem como com um dispositivo de alarme, que identifique eventuais falhas no sistema. Igualmente importante é manter uma estratégia para garantir o correto funcionamento do sistema de climatização e uma pessoa dedicada à manutenção e treinada para agir de forma ágil em caso de pane.
Em unidades climatizadas é necessário, ainda, ter um bom projeto para instalação, operação e manutenção dos geradores.
4 – Qualidade das instalações e equipamentos
O investimento em materiais duráveis na infraestrutura da granja é outra característica das modernas unidades de produção. Instalações e equipamentos de alta resistência e durabilidade – como pisos, gaiolas, grades, comedouros, chupetas – reduzem a necessidade de manutenção e, consequentemente, o tempo gasto pelos gestores para gerenciá-las, deixando-os livres para ações próprias do seu ofício, como as voltadas a melhorar a produtividade do lote, planejar novas etapas para o crescimento dos animais, etc. A adoção dessa medida também ajuda a reforçar a biossegurança da unidade, uma vez que restringe a entrada de pessoas para manutenção.
5 – Promovendo a automação
A automação nas granjas de suínos evolui a passos rápidos e é um caminho sem volta. Agilizar tarefas, facilitaro trabalho da equipe, gerir em tempo real diferentes atividades, reduzir desperdícios, exercer maior controle sobre as tarefas do dia a dia da granja, estão entre as principais vantagens da automatização, que não apenas otimiza a mão de obra, como eleva os resultados zootécnicos. Uma das áreas que a mecanização vem recebendo atenção especial é a de gestão da água, com foco em elevar a biossegurança e a sustentabilidade. Investir em equipamentos que otimizam e reduzem o uso de água, como rede hidráulica com aspersores para umedecer as sujidades antes da higienização do galpão, o uso de robô para lavar os galpões, central e rede pressurizadora de águapara evitar a movimentação de bombas dentro das instalações, máquinas para aquecer a água de lavação, são alguns exemplos que otimizam o tempo de operação e atenuam custos.
6 – Uso de dejetos como fertilizantes
Assegurar a harmonia entre a produção de suínos e a conservação dos recursos naturais é um pilar básico para a expansão da suinocultura como atividade econômica. A utilização (e/ou comercialização) dos dejetos suínos como biofertilizante para a produção de grãos, pré-secado, feno ou qualquer outra cultura na própria unidade (ou em unidades vizinhas) é uma prática que atende a esse princípio e, quando feita em parceria com agentes locais, pode gerar empregos e estimular o desenvolvimento regional. Investir nesse tipo de atividade, portanto, deve ser bem avaliado, tendo vista os benefícios ambientais, sociais e as oportunidades financeiras complementares que gera para o produtor de suínos.
7 – Foco no bem-estar animal
O bem-estar animal é um preceito elementar para a competitividade da suinocultura. A crescente compreensão entre a relação existente entre bem-estar animal e produtividade, e o consequente fortalecimento das boas práticas de produção nas granjas, tem sido estratégico para ampliar o conforto dos suínos, a sustentabilidade e a rentabilidade dos sistemas de produção. Promover a inspeção diária dos animais, por exemplo, assegura o diagnóstico e tratamento precoces dos animais, reduzindo custos e perdas. Os investimentos em técnicas de enriquecimento ambiental também vêm se intensificando e se consolidando como uma oportunidade não só para melhorar o desempenho dos suínos, como para atender a demanda do mercado mundial. Ambientes enriquecidos melhoraram o bem-estar animal, a condição sanitária dos suínos, sua produtividade e, por extensão, os padrões econômicos da granja.